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Turistas encontram dificuldades para visitar o Cristo Redentor

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14/07/2010 08h00 - Atualizado em 14/07/2010 10h59

link para notícia: [1]

Boa notícia: O bonde do Corcovado voltou a operar no dia 15/07/2010 após quase 100 dias fechado. Ele estava parado devido aos deslizamentos de terra decorrente das fortes chuvas do início do ano.

--Staff WikiRio


Turistas encontram dificuldades para visitar o Cristo Redentor


Taxistas cobram R$ 70 por corrida até local que não passa de R$ 18. Carros de passeio também cobram por corrida como se fossem táxis.


O Cristo Redentor foi reinaugurado no fim de junho de 2010, e os acessos rodoviários foram liberados no último dia 10. Mas quem quiser visitar a atração turística vai ter que enfrentar abusos de alguns taxistas e de flanelinhas. “Um rapaz nos pediu R$ 20 quando estacionamos o carro. Demos R$ 10 e ele saiu correndo”, contava a psicóloga Thereza Bizzo a policiais militares em uma patrulha, em uma rua próxima à estação da Estrada de Ferro do Corcovado, no Cosme Velho, na Zona Sul do Rio. O trem que sobe ao Cristo está parado desde o começo de abril, quando fortes chuvas causaram deslizamentos que interditaram a linha férrea. Ao lado da estação, pelo menos cinco flanelinhas abordavam motoristas que tentavam estacionar nas ruas próximas.


“Somos de Niterói, mas há 15 anos moramos em São Paulo. É um absurdo essa situação no Rio, afinal estamos querendo visitar uma das maravilhas do mundo”, reclamou Thereza, referindo-se à eleição mundial que consagrou o Cristo Redentor como uma das sete maravilhas do mundo contemporâneo, em 2007, ao lado de monumentos como a Grande Muralha da China e do Coliseu, em Roma. Junto com o marido e as duas filhas gêmeas pequenas, ela foi pegar uma condução até o Cristo.


Minutos depois, Thereza voltou com a família para o carro. “Desistimos. Estão cobrando muito caro e está muito confuso. Vamos para o Pão de Açúcar ver se damos mais sorte”, resignou-se. A conta para a família visitar o Cristo sairia por quase R$ 200.


O valor é o custo de quatro passagens de ida e volta - R$ 25 cada -, em vans, do Cosme Velho até a Estrada das Paineiras, onde fica a entrada para o Cristo. Lá, o ingresso por visitante custa R$ 24,20, incluído o translado em vans, ida e volta, até o monumento. O valor total para a família de quatro pessoas daria R$ 196,80 - isso sem comprar um sorvete sequer para as gêmeas.


Caso a família de Thereza quisesse optar pelo conforto de utilizar um táxi, os problemas poderiam ser ainda maiores. Taxistas organizados em uma fila abordavam turistas que desembarcam de ônibus no ponto em frente à estação do Corcovado, no Cosme Velho. “Se você quiser subir, cobro R$ 20 por pessoa, para um mínimo de quatro pessoas no meu táxi”, ofertou um taxista. “Se você decidir, me avisa, senão perco meu lugar na fila”, disse. Ele deixou um cartão onde se identifica como taxista da cooperativa Corcovado Car Service.


A corrida de táxi do Cosme Velho até o Cristo não passa de R$ 18, na bandeira dois, como determina a legislação, já que é um trecho de subida íngreme. Na entrada para o monumento, não foi difícil encontrar turistas que pagaram muito mais do que deviam.


A gente quer fazer do jeito correto, mas não tem como. Pegamos um táxi próximo à rodoviária, no Centro, que nos cobrou um preço fechado de R$ 80. Como já sabia que isso ocorreria, alertado por amigos cariocas, já estava preparado para barganhar. Fechei por R$ 70 para quatro pessoas, só a subida

—Wilban Antônio


O casal de holandeses Ronald Bruins e Jolanda Overgoor pagou R$ 70 por um trecho ainda menor. “Pegamos o táxi na estação do Corcovado, no Cosme Velho, explicou Ronald. Ao serem informados do preço normal, eles ficaram surpresos com a diferença: cerca de R$ 50.


O que a família de Brasília e o casal de holandeses não desconfiavam é da dificuldade que iriam encontrar para descer do Cristo. Todos os taxistas que estavam na entrada para o monumento aguardavam passageiros que tinham subido com eles retornarem da visita à estátua. A alternativa seria pagar os R$ 25 por pessoa cobrados nas vans: só pela descida.


Alguns motoristas, em carros de passeio, também ofereciam o serviço, pelos mesmos R$ 25. Um deles, a bordo do carro modelo Zafira, se dizia cadastrado como funcionário de uma agência de turismo. Em seu cartão constava que pertencia à mesma cooperativa do táxi anteriormente citada na reportagem.


O presidente da Corcovado Car Service, Alexandre Serpa, disse que não há justificativas para a atitude dos motoristas cooperados flagradas na reportagem.


Infelizmente eles usam os cartões da empresa para uma coisa que está errada. Vou chamar esses motoristas e cobrar explicações deles

—Serpa


De acordo com a Secretaria Municipal de Transportes (SMTR), a cobrança de corridas de táxi por pessoa ou sem utilizar o taxímetro é ilegal, e configura um crime contra a economia popular. Apesar disso, a SMTR admitiu que não tem condições de manter um fiscal na estação da Estrada de Ferro do Corcovado para orientar os visitantes a evitar abusos de taxistas e outros motoristas. A SMTR informou também que não há uma fiscalização específica com o objetivo de inibir esses crimes contra a economia popular.


A SMTR estuda, em conjunto com a Secretaria Municipal de Turismo, a possibilidade de iniciar uma campanha contra esses abusos, com material impresso e sinalização, explicando os diretos e deveres de taxistas e passageiros. Hoje, a SMTR orienta os passageiros que se sentirem lesados a registrar ocorrência na delegacia e ligar para a ouvidoria da secretaria, nos telefones 2527-8347 e 2286-8010. É importante anotar a placa do veículo, o nome do motorista e o número do Cartão de Identificação de Auxiliar de Transportes (CIAT), que deve estar afixado no para-brisa. Dessa forma, o taxista é convocado à SMTR para prestar esclarecimentos. Ficando comprovado o abuso, ele vai sofrer penalidades administrativas, que podem chegar à cassação da permissão para trabalhar.


A SMTR também informou que o veículo Zafira, citado na reportagem, não é cadastrado na secretaria e, por isso, não pode fazer o serviço de transporte de passageiros.