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Vizinha Faladeira

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Uma das mais antigas escolas de samba do Brasil, a Vizinha Faladeira surgiu como uma espécie de ironia a duas moradoras da Rua da América, a "Velha França" e a "Velha do Beco", conhecidas e afamadas faladeiras das vidas alheias.

A Vizinha Faladeira participou pela primeira vez dos desfiles em 1933. No ano seguinte, com o enredo Malandro Regenerado, a escola trouxe 12 luxuosas limusines, com pessoas bem vestidas, formando a comissão de frente. Gambiarras iluminavam a avenida, num desfile em que, apesar de delirantemente aplaudida, a escola obteve o 6º lugar.

Para o carnaval de 1935, foram contratados os irmãos Garrido, os melhores cenógrafos da época. O enredo escolhido para o desfile foi Samba na Primavera. Naquele ano, segundo alguns estudiosos, a Vizinha teria apresentado o primeiro carro alegórico utilizado numa escola de samba: um caramanchão sobre rodas. A comissão de frente veio montada a cavalo. Mais uma vez o sucesso foi extraordinário, mas a escola ficou novamente apenas em 4º lugar.

Em 1936, quando o público e a imprensa aguardavam mais novidades, a Vizinha apresentou o enredo Ascensão do Samba na Alta Sociedade. Pela primeira vez desfilou uma ala de damas, com sombrinhas. Os integrantes da bateria vieram fantasiados de malandros, com seus instrumentos de barrica francesa. Uma sofisticação, já que as outras escolas traziam instrumentos pesados e de má qualidade de som. Novamente na 6º colocação.

Uma só bandeira foi o enredo de 1937, uma homenagem às bandeiras nacional e dos estados. Naquele ano, o luxo e o esplendor das sedas fornecidas só foram superados pelas 40 gambiarras que a escola trouxe, iluminando a Praça Onze com as luzes flamejantes dos lampiões de carbureto. Foi um grande contraste com as co-irmãs, iluminadas com velas e lamparinas. Naquele ano, a escola conquistou seu único título da divisão principal.

Em 1939, a Vizinha Faladeira trouxe o maior carnaval da década de 30. O enredo Branca de Neve e os 7 Anões teve, pela primeira vez no carnaval, uma ala infantil, fantasiada de anões, e apresentou, também pioneiramente, destaques luxuosos, em cima dos carros. A consagração foi total. Quando todos esperavam o bicampeonato, veio a decepção: a escola foi desclassificada por infringir o item do regulamento que proibia temas estrangeiros

Devido a este fato, a diretoria resolveu acabar com aquela que fora a maior, a mais rica, a mais irreverente e revolucionária escola da época. Mas em respeito a seus componentes e ao grande público a diretoria preparou a última surpresa: no Carnaval de 1940, a Vizinha desfilou normalmente até divisar o palanque dos julgadores, parando mesmo antes de se apresentar para os mesmos e desfraldando uma faixa com os dizeres: "Devido às marmeladas, adeus Carnaval. Um dia voltaremos", e desfilou por trás do palanque dos julgadores, caracterizando-se assim, o primeiro e mais importante protesto em desfiles de Escolas de Samba até os dias de hoje.

No dia 6 de janeiro de 1989, quase cinquenta anos após ficar com a bandeira enrolada, foi convocada uma assembleia geral e foi revivida a escola, que desfilou no Grupo de Acesso no ano de 1990. Foi campeã com um enredo sobre Clara Nunes. Esse resgate da escola contou com um grupo de pessoas ilustres e de boa vontade, agregando os trabalhadores do porto e os moradores dos bairros da Saúde, Santo Cristo, Morro do Pinto, Providência, além de pessoas da Zona Sul, que começam a descobrir a escola. Mas os tempos são outros e a escola, apesar de ter conseguido chegar ao segundo grupo na década de 90 e repetindo esse feito na primeira década dos anos 2000, ainda sente dificuldade de se manter nos principais grupos do carnaval carioca.

Em 2003, a escola resolve trocar a sua bandeira. O antigo símbolo da vizinha linguaruda foi deixado de lado e surgiu uma sereia em seu lugar. A vizinha linguaruda foi o símbolo da primeira formação da escola, nos anos 30, e mantida durante alguns anos após a volta da escola aos desfiles. O novo símbolo deu sorte e a escola conquistou mais um titulo em 2004, conseguindo ascender ao Grupo A8 , no qual permaneceu por dois anos, de 2005 até 2006, quando foi rebaixada para o Grupo B. Em 2008, terminou na penúltima posição no grupo B, tendo que desfilar no Grupo C em 2009.

Em 2010, trouxe como enredo Uma viagem fantástica viagem no mundo do pirlimpimpim, novamente uma temática infantil, cantada num samba de seis autores, totalmente em menor. Terminou na 5º colocação, permanecendo no mesmo grupo para 2011. No ano de 2012, terminou na penúltima posição no grupo D, caindo para o desfile de terça-feira, que seria o do Grupo E. Com a promoção das escolas do Grupo B ocorrida para o ano seguinte, a escola desfilou novamente pelo Grupo D (quinta divisão), que passou a ser o último grupo e nesse ano a agremiação foi muito afetada pelas obras de revitalização da Zona Portuária.

Seu desfile em 2012 foi considerado pela imprensa especializada como de campeã, mas a escola acabou penalizada em obrigatoriedades.[carece de fontes] Na apuração, acabou rebaixada para bloco de enredo, em um resultado considerado muito controversopela mídia. A diretoria da Vizinha criticou duramente a diretoria da AESCRJ, recém-eleita, à qual a escola fazia oposição, uma vez que a Unidos do Anil teria usado um carro alegórico da Unidos de Villa Rica, que desfilou dois dias antes, e a Matriz de São João de Meriti havia recebido notas no quesito alegoria sem apresentá-lo (seu único carro quebrou no início do desfile).13 14 Seu presidente, Quinzinho, definiu o episódio como "uma punhalada".

Após protestosne uma ação judicial, a Vizinha e outras duas escolas rebaixadas conseguiram uma liminar para serem incluídas na ordem de desfile do Grupo D para o Carnaval de 2014. mas após conversas, desistiu da idéia de desfilar nesse ano. mas foi incluida novamente no Grupo D, sem participar do grupo de avaliação. ainda em meados de 2014, a agremiação escolheu Júnior Nascimento como seu mandatário, trazendo crias da escola, como Mestre Jorginho reassumindo a bateria; Capoeira que exerçe a direção de bateria da Império da Tijuca agora na função de diretor de carnaval e o retorno do intérprete Marcelinho. sendo campeã consecutivamente dos grupos D e C, nos anos de 2015 e 2016. estando na Série B em 2017.


Vizinha Faladeira
Carnavais
1934 Sem Classificação
UGESB
1935 4ª Colocada
UGESB
1936 6ª Colocada
UGESB
1937 Campeã
UGESB
1938 Hors Concours
UGESB
1939 Desclassificada
UGESB
1940 Sem Concurso
UGESB
1990 Campeã
Grupo D
1991 4ª Colocada
Grupo C
1992 Campeã
Grupo C
1993 10ª Colocada
Grupo B
1994 Vice-Campeã
Grupo B
1995 6ª Colocada
Grupo A
1996 4ª Colocada
Grupo A
1997 10ª Colocada
Grupo A
1998 7ª Colocada
Grupo B
1999 10ª Colocada
Grupo B
2000 4ª Colocada
Grupo C
2001 10ª Colocada
Grupo B
2002 5ª Colocada
Grupo B
2003 7ª Colocada
Grupo B
2004 Campeã
Grupo B
2005 7ª Colocada
Grupo A
2006 9ª Colocada
Grupo A
2007 5ª Colocada
Grupo B
2008 13ª Colocada
Grupo B
2009 6ª Colocada
Grupo Rio de Janeiro 2
2010 5ª Colocada
Grupo Rio de Janeiro 2
2011 16ª Colocada
Grupo C
2012 12ª Colocada
Grupo D
2013 10ª Colocada
Grupo D
2015 Campeã
Série D
2016 Campeã
Grupo C
2017 7ª Colocada
Série B
2018 4ª Colocada
Série B
2019 11ª Colocada
Série B
2020 4ª Colocada
LIVRES
2022 2ª Colocada
Grupo B da LIVRES
2023 Campeã
LIVRES
2024 Não Disponível
Série Prata - Segundo Dia



Madrinha
Bairro Santo Cristo
Cidade Rio de Janeiro